segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O ESTADO INTERMEDIÁRIO


O relato criacionista encontrado em Genesis nos oferece uma ideia contextualizada com os demais livros da Bíblia que o homem foi criado como um ser infindo, ou seja, eterno no sentido parcial. Posto que a eternidade pode ser vista como absoluta e/ou parcial. A primeira só pode ser aplicada unicamente á Santíssima Trindade, por expressar o sentido de jamais ter havido um tempo em que Deus não existisse e tão pouco haverá um tempo em que ele não existirá. A segunda pode ser aplica aos anjos e aos homens, visto que estes são seres criados, desta forma houve um tempo em que eles não existiam (antes de serem criados), contudo, jamais haverá um tempo em que eles não existirão.
 
         Deus criara o homem para viver abundantemente. Deu-lhe toda a liberdade no Paraíso, excetuando uma única regra; que ele não comesse da “árvore da ciência do bem e do mal” (Gn 2.16,17), pois isto o levaria a morte. Veja a conotação da supra passagem: “mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” [grifo do autor]. Note que a morte aqui, está condicionada ao comer o tal fruto, naturalmente, o Onisciente Criador não fora surpreendido com o ato de desobediência do casal. Não obstante, não estava no plano original do Senhor a morte Física do homem.
 
Desta forma, em um ato de desobediência, seduzido pela antiga serpente – o Diabo (cf Gn 3.1-5; Ap 12.9), o primeiro casal comete a gravíssima infração, trazendo como consequência a “morte” (Gn 2.16).
 
         Através de Adão o pecado entrou em todo o mundo (Rm 5.12), e como consequência a morte passou a imperar em toda a humanidade (Rm 6.23). Tornando-se o último inimigo a ser aniquilado (1 Co 15.26).
 
         A grande questão, no entanto, é que a morte física não consiste no fim da existência, [lembre-se, o homem é um ser infindo] mas apenas uma separação desta vida efêmera e o ingresso para a eternidade espiritual. E esta realidade tem chamado a atenção de toda a humanidade, independente de seu credo religioso, de forma coerente ou não, a humanidade tem feito cogitações acerca da morte ou vida após túmulo.
 
Definições
 
Por Genesis 5.5 ficamos sabendo que a morte física de Adão não ocorreu imediatamente após o seu ato de desobediência, pois este viveu novecentos e trinta anos. Então para uma melhor compreensão do texto anteriormente citado, vejamos as seguintes definições do termo “morte”.
 
1ª - Morte Física
 
         Esta é a morte biológica, que independente da confissão de fé todos [exceto os que forem arrebatados] passarão. É o fim das atividades vitais do organismo. É o que diz o pregador: “o pó volte á terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu” (Ec 12.7). Esta separação, no entanto, como veremos a diante é temporária, pois a ressurreição trará de volta esta união entre espírito e o corpo.
 
2ª Morte espiritual
 
         Trata-se da separação entre Deus, a alma e espírito do homem (Gn 2.16,17; Ef. 2.1) e, dá – se com o individuo fisicamente vivo, no entanto, morto (separado) em seus delitos e pecados (Ef. 2.1). Esta condição terrível permanece enquanto o indivíduo não entrega sua vida a Cristo permitindo que Ele seja seu único e suficiente Senhor e salvador pessoal. Está separação [morte] é claramente vista em Adão e Eva em Gn. 3.9.
 
3ª Morte eterna
 
A morte eterna é resultante da morte física de um individuo separado de Deus por seus delitos e pecados. Assim, fato é, que se alguém morrer separado de Deus passará toda eternidade nesta terrível e irrevogável condição. Estes também ressuscitarão, contudo, com corpos de vergonha e desprezo eterno (Dn 12.2). Estarão perenemente lançados no sofrimento do inferno. Esta terrível situação é ainda chamada de segunda morte (Ap 21.8). Não haverá mais saída!
 
Onde os mortos estão
 
         Posta a realidade de que a morte física é o fim último de todos os homens, muitas heresias têm se formado acerca do destino eterno da humanidade. No entanto, vamos compreender com quem de fato conhece a realidade da existência. Jesus.
 
Antes da morte e ressurreição de Cristo
 
         No Evangelho de Lucas capitulo 16. 19-31, o Senhor Jesus usa como pano de fundo o destino espiritual de dois homens, um ímpio, e um justo, para descrever a realidade dos mortos que precederam a sua ressurreição. Deste ensinamento prático depreende-se a seguinte compreensão.
 
         No tempo que precede a morte e ressurreição de Jesus, todos os mortos, tanto os justos quanto os ímpios, iam para o Hades (palavra grega equivalente a Sheol no hebraico. Entretanto, havia uma separação entre eles, os justos ficavam em um lugar chamado “Seio de Abraão”, ou paraíso, lugar de descanso, paz e refrigério. Enquanto que os ímpios ficavam em um lugar de terrível desespero, tormento e dor. Jesus esclarece ainda que entre o lugar onde ficavam os justos e o lugar em que ficavam os ímpios, havia um intransponível abismo. Deixa claro que os que ali habitam estão em plena consciência. Mostra ainda que há uma diferença no destino dos que são fieis a Deus e dos que são desobediente á sua palavra. Observa-se também que não é permitido aos mortos retornar ao mundo dos vivos para prestar esclarecimentos sobre seu estado (cf. Lc. 16: 19-31).
 
Depois da ressurreição de Cristo
 
         O senhor Jesus, antes de sua morte havia declarado que as portas do inferno não prevaleceriam contra sua igreja (Mt 16.18). A citada referencia aponta futuridade. Porém, não obstante, Jesus declara a Dimas na cruz: “hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23.43). Quando comparamos esta declaração com Efésios 4.8,9, compreendemos que num intervalo entre a morte e a ressurreição, Jesus desce ao hades onde estava o “Seio de Abraão” (Lc 16.19-31), e subindo leva consigo os justos que ali aguardavam o cumprimento das promessas de Deus.
 
         O apostolo Paulo foi arrebatado ao terceiro Céu e viu ali o Paraíso, o novo endereço dos “mortos em Cristo” (2 Co 12.1-4). Portanto, o Paraíso está agora em cima, na imediata presença de Deus. A partir desta transferência todos os justos ao morrerem sobem diretamente para a imediata presença de Deus onde de forma consciente, descansarão de suas obras, enquanto aguardam a ressurreição. Até que a trombeta do arrebatamento seja ouvida, convidando-os á união com seus corpos, agora gloriosamente ressuscitados, livres de toda corrupção e mortalidade, prontos para reinarem com Cristo (1 Ts 4.16,17).
 
Onde estão os ímpios mortos
 
         Que mudança gloriosa ocorreu quanto ao estado intermediário dos Justos. Porém, quanto aos ímpios, não houve mudança nenhuma. O seu caminho continua sendo para baixo (Pv.15.24), eles continuam em consciente sofrimento no hades, até o dia do juízo final. Dia este que não lhes alegrará, pois, ali, ressuscitarão em corpo de vergonha e nojo eterno (Dn 12.2) e serão lançados no inferno eterno, o grande abismo, a segunda morte (Ap 21.8).
 
         As referências aqui citadas são suficientes para esclarecer as freqüentes dúvidas que têm surgido ao longo dos milênios acerca do estado intermediário dos mortos, além de contestar com veemência os equívocos preconizados pelos segmentos religiosos ou sectários que propagam inverdades como purgatório, reencarnação, sono da alma, aniquilamento dos espíritos Etc.
 
          A ideia de que todos, por fim, terão um destino igualmente bom, não é Bíblica. Seguramente há “diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não o serve.” (Ml.3 : 18).


Por Pr. Edivaldo Pereira

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